KindS of Blue...: setembro 2008

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Enzo

ele sempre
sempre
sai correndo
para a porta

ele só tem um ano
um aninho
e já quer pegar a
estrada do mundo

ou só quer pedir
- e não sabe nem falar -

por mais
um colo
e um sorvete?

domingo, 21 de setembro de 2008

Pela mesa, na janela, ao riozinho com pedrinhas

Que o desfilar de palavras
não seja só mera forma de expressão
E que as rosas dadas não sejam
somente delicadeza padrão.

Pois que seja tudo, então,
mais puro, mais sincero,
profundo, apaixonado e sem receio
de assim ser: renovado e exorbitante.

Que do fundo de minh'alma seja ele
agora sim, certo e amadurecido
de sentir - e resistente
aos carmas e rachaduras do tempo.

Capaz de expressar,
num tocar de lábios e carícias,
o que teus olhos em mim despertam,
o que minha boca (ainda) não diz,
e aquilo já consumado:

meu ser é parte tua, dos teus dias
flutuante neste mar novo de velejar.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ponto

Tomar nota:

Preciso de imagens, referências, sabores,
tons, cores e linhas

paralelos, meridianos
espécies, tipos, filo, gêneros,

espatódias, clarabóia, sótão,
flor-de-lis, margaridas,

não sei como organizar
mas tem algo querendo sair
do meu occipital com força.

Ah, talvez também um fórceps
pra ajudar neste difícil parto.




segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Tempo e fé


O tempo e(´) a fé...

Manhã democrática


Quase perco o instante da borboleta
passando pela janela. Ao fundo, 
a grande selva de pedra

a fábrica em ruínas,
os poucos pinheiros altos.

Eu ouço a música 
e leio as histórias de crianças

e cada nota da canção,
(eu tenho certeza)
esconde, como em uma cápsula,
todas essas histórias
com muitos roteiros a mais
a escrever.

no meio dessa caótica ordem,
a borboleta.


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Amar


Que importa quantas vezes?

O que dá vida a um verbo
é a sua conjugação.


Amor (II)

(à la Corsaletti)

não
deve ser
somente aquilo
que os livros
ditam


tampouco
o que
eu tô escrevendo
aqui


deve estar/ser
em alguma coordenada
entre os quatro olhos
e lábios


que, falhos, tentam
comunicar-se
à moda da
alma


assim como aquela
que me ensinou
sobre o
silêncio.


(Des)de(se)nhar



Vou desvendar tua métrica
e tirar dos esquadros de teu padrão
a ousadia de negar referências,
pois és única.

ah, um dia eu vou

colorir os olhos de quem
te vê mas não sabe
que só eu possuo
a aquarela de fazer

sim, a aquarela, a minha mesmo,
donde extraio os sons
que desenham este poema sobre ti.


Tu resplandeceste.
resgataste sorrisos puros


e teu carinho é 
seda na pele cremosa
de noite.

mas até que ponto?
pois não quero, 
amor,
prazo de validade.


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Resultado da D.R. nº 2


Dissolvendo o medo,
aduba-se a esperança.

Qual sera a cor do amanhã?