Desfaço no ar com um leve aceno
a cortina de letras borradas
que, como besouros, espantam
bons arranjos,
como flores a um altar.
Ao redor de um wadi*,
respiro e arrasto nas veias dos ventos
aplausos, dentes descalços
em sorrisos de fé
Quando a máfia de pássaros-tenores
me rende em amigável interrogatório:
"Queres as teclas ou as cordas?"
Pelo que respondo, aos borbotões:
"Tragam-me as idéias.
Os sons, estes não morrem por meras predileções".
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*wadi: em árabe, o leito de um rio.
terça-feira, 29 de julho de 2008
domingo, 27 de julho de 2008
Por onde ir
Volta a acontecer aquele mesmo doce tormento
do qual ele não era acometido por tantos anos;
Volta um pouco da insegurança,
do medo de perder, de não se alcançar
(e alcançá-la)
abrindo, então, suas defesas
para a invasão do exército de perguntas
e segredos velados.
Pois, por mais que tente,
ele não conseguirá se livrar
jamais
da cumplicidade e carinho
que derrubam a trincheira de seu
veterano coração de guerra!
do qual ele não era acometido por tantos anos;
Volta um pouco da insegurança,
do medo de perder, de não se alcançar
(e alcançá-la)
abrindo, então, suas defesas
para a invasão do exército de perguntas
e segredos velados.
Pois, por mais que tente,
ele não conseguirá se livrar
jamais
da cumplicidade e carinho
que derrubam a trincheira de seu
veterano coração de guerra!
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Doce chuva
Espero assim à noite
da estrela de esperança
os teus lábios a me cobrirem
de doçura e confiança.
da estrela de esperança
os teus lábios a me cobrirem
de doçura e confiança.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Virgem
É mesmo só um sorriso que
te faz ganhar um dia.
Espaço dos mais belos encontros é
a varanda dos olhos,
projetando luz em seu altar matinal
das boas coisas novas
Ao meio-dia te celebro
com um olhar para as flores
que ainda em seu cabelo vou pousar.
E no entardecer da boca que
te doa - e sempre espera -
eternizaste um presente
que se chama "voltarei!"
te faz ganhar um dia.
Espaço dos mais belos encontros é
a varanda dos olhos,
projetando luz em seu altar matinal
das boas coisas novas
Ao meio-dia te celebro
com um olhar para as flores
que ainda em seu cabelo vou pousar.
E no entardecer da boca que
te doa - e sempre espera -
eternizaste um presente
que se chama "voltarei!"
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Ondular
Melodias que enriquecem
carinhos ondulares
que retornam
e alimentam
todas as noites
com sonhos de provérbios
são as mesmas
que anunciam
o poder da paciência
- única chave para
a gaveta das respostas
daquilo que eu não imaginava
poder realizar.
Pois que alguém saltou
do meu próprio espelho
e disse em sorriso e olhar:
"basta a gente querer."
Agora sou mais vivo,
mais altivo e acertivo
pois que respondi:
"sou um mero aprendiz,
mas com você
quero conviver
pois você tem razão:
tenho muito o que aprender!"
carinhos ondulares
que retornam
e alimentam
todas as noites
com sonhos de provérbios
são as mesmas
que anunciam
o poder da paciência
- única chave para
a gaveta das respostas
daquilo que eu não imaginava
poder realizar.
Pois que alguém saltou
do meu próprio espelho
e disse em sorriso e olhar:
"basta a gente querer."
Agora sou mais vivo,
mais altivo e acertivo
pois que respondi:
"sou um mero aprendiz,
mas com você
quero conviver
pois você tem razão:
tenho muito o que aprender!"
terça-feira, 8 de julho de 2008
Como é que eu tô agora?
Eu tô mais ou menos assim, ó:
"Pouco me importa o passado
quero poder te abraçar;
viver esse amor adolescente
quero poder te beijar"
(música beeeem novinha do Chiclete com Banana!)
=)
"Pouco me importa o passado
quero poder te abraçar;
viver esse amor adolescente
quero poder te beijar"
(música beeeem novinha do Chiclete com Banana!)
=)
À Luz
Tá nascendo algo legal,
agora eu posso sentir!
Não é como o medo de antes,
o medo de se ferir;
metade da defesa está baixa
e logo vou retirar meu próprio aval.
Despluguei minhas conexões,
refiz minha matéria, meu físico,
nascidos daquele pequeno broto
de uma árvore de pêssegos - calor intrínseco.
Pois agora eu quero me desfazer
de toda alvorada sem confiança,
e quero me abraçar em contemplação
de dois narizes que se afagam fazendo uma lembrança!
agora eu posso sentir!
Não é como o medo de antes,
o medo de se ferir;
metade da defesa está baixa
e logo vou retirar meu próprio aval.
Despluguei minhas conexões,
refiz minha matéria, meu físico,
nascidos daquele pequeno broto
de uma árvore de pêssegos - calor intrínseco.
Pois agora eu quero me desfazer
de toda alvorada sem confiança,
e quero me abraçar em contemplação
de dois narizes que se afagam fazendo uma lembrança!
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Pétalas na água
Definitivamente, aquele não era dos melhores fins de semana. O garoto não se recordava bem mas, quando me contou este fato, lembra que estava na casa de praia com seus pais. Alguma chateação ocorreu de tal modo que o fez perder a graça do feriado.
Subiu à cidade com a mãe para comprar mantimentos. A tristeza o abateu de tal modo que o garoto até mesmo esqueceu de lanchar - e olha que os lanches na praia eram bem mais generosos do que sua "dieta" na cidade!
E na hora que a fome chegou, veio como pétalas na água: desmanchando sem piedade todas as cores, mas colorindo um rio que antes era sem graça.
Quando sua mãe checou o dinheiro na bolsa e o convidou ao lanche, o garoto foi e se sentou ao seu lado. Um senhor fritava pastéis na barraca, cantando. Uma música triste, mas bela, simples e honesta. Falava sim de amor e coisas boas, mas num tom menor e melancólico, como uma distante saudade.
E hoje o garoto recordou, do momento triste e do presente ao fim do dia: coroado com o senhor, seus pastéis e sua música, com o abraço gostoso de sua mãe e um entardecer de eliminar (e iluminar) qualquer ausência de qualquer coisa.
Subiu à cidade com a mãe para comprar mantimentos. A tristeza o abateu de tal modo que o garoto até mesmo esqueceu de lanchar - e olha que os lanches na praia eram bem mais generosos do que sua "dieta" na cidade!
E na hora que a fome chegou, veio como pétalas na água: desmanchando sem piedade todas as cores, mas colorindo um rio que antes era sem graça.
Quando sua mãe checou o dinheiro na bolsa e o convidou ao lanche, o garoto foi e se sentou ao seu lado. Um senhor fritava pastéis na barraca, cantando. Uma música triste, mas bela, simples e honesta. Falava sim de amor e coisas boas, mas num tom menor e melancólico, como uma distante saudade.
E hoje o garoto recordou, do momento triste e do presente ao fim do dia: coroado com o senhor, seus pastéis e sua música, com o abraço gostoso de sua mãe e um entardecer de eliminar (e iluminar) qualquer ausência de qualquer coisa.
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