de ir embora dessa loucura toda daqui
morar no campo, plantar, colher e comer ...
ter uma sala com lareira, onde eu possa sentar nas noites de inverno e devorar livros bons em silêncio
conseguir olhar as estrelas sem a poluição luminosa daqui...
ao mesmo tempo...
eu quero ficar aqui. nessa selva de pedra maldita e adorada
devorar as entranhas da noite misteriosa
escrever, suar, sofrer, traduzir o que cada esquina e lâmpada alaranjada ilumina e esconde
o que cada gesto das pessoas que (não) conheço me trazem à mente, como forma de sobreviver
sei la... isso tudo me move
eu tenho alguma fera dentro de mim
se debatendo, querendo sair da jaula
querendo gritar, com forma de música
e eu só imagino essa fera saindo através das seis cordas da minha Andie
mas... nao consigo criar... desenvolver esse grito tão esperado.
eu quero luz, escuridão, paz, fúria e amor, e ódio.... tudo ao mesmo tempo e dentro de uma caixa só.