KindS of Blue...: abril 2008

quarta-feira, 30 de abril de 2008



For The Heart I Once Had (Nightwish)


Heaven today is but a way
To a place I once called home
Heart of a child, one final sigh
As another love goes cold

Once my heart beat to the rhythm of the falling snow
Blackened below, the river now flows
A stream of molten virgin snow

For the heart I'll never have
For the child forever gone
The music flows, because it longs
For the heart I once had

Living today without a way
To understand the weight of the world
Faded and torn, old and forlorn
My weak and hoping heart

For the child, for the light
For the heart I once had
I'll believe and foresee
Everything I could ever be

For the heart I'll never have
For the child forever gone
The music flows, because it longs
For the heart I once had

Time will not heal a Dead Boy's scars
Time will kill

For the heart I'll never have
For the child forever gone
The music flows, because it longs
For the heart I once had


domingo, 27 de abril de 2008

Fragmentos de tesouro

"Assim é que se navega!", gritou o capitão para Jargo, seu marujo e fiel escudeiro. Logo em seguida, deu ordens para içar as velas à bombordo evitando os recifes e as pedras que rodeavam um banco de areia próximo; "Aye, captain!", respondia o marujo com satisfação em um brado que só aumentava sua força para puxar os cordões que içavam e recolhiam as velas.

Passando pelos recifes, o barco branco de madeira bem envelhecida - muito provavelmente de uma lendária sequóia encontrada em ilhas lendárias - passeava veloz e triunfante, porém fazendo um balé de suavidade quase tão imperceptível que mal tocava o lençol d'água do feroz oceano por onde deslizava.

Seus mastros eram tal altos quanto palmeiras; suas velas, de um azul da cor do mar e do céu, quase como um camaleão confundindo os olhos destreinados de caçadores iniciantes na selva. Ao sol, sua silhueta lembrava unicórnios, centauros, sereias e toda criatura mitológica que um dia possa ter inspirado heroísmo, coragem e sonhos dentro e fora de um mundo tão ilusório onde os olhos, lunetas e a fé não são suficientes para enxergar os camaleões da ciência e do coração dos homens cruéis, tendo por protagonista o oceano por onde o capitão navegava.

Bússolas reguladas, monóculos limpos, sua mente calcula e seu coração reza. "Bucaneiros à frente, capitão!", Jargo brada enquanto mobiliza os marujos a carregar os canhões e se preparar para o combate. "Sou um velho cão do mar, rapaz. Não se preocupe. Se eles atacarem, vamos fazê-los alimentar os peixes!"

"Yo-ho-yo-hoooooo!", responde a tripulação em um bravo coro.

O brado heróico e de preparação só é interrompido pelo urro maior dos tiros de canhão da embarcação se aproximando. Um dos tiros passa bem próximo à vela principal que, de antes azul-camaleônica, passou a ser bem visível pela fagulha deixada em seu tecido. "Atirem, marujos! Atirem com vontade como se não tivessem fígados!", gritava o capitão anunciando o início da aventura. Mais tarde os dois barcos se aproximam, cordas são atiradas de ambos os lados e a invasão começa junto à luta corporal, tiros de carabinas e espadadas.

No meio dos gladiadores marujos, os capitães dos dois navios agora estão frente a frente.
Terror e fúria nos olhos. Mãos nervosas sacam as espadas da bainha.

"Este navio é meu, velho marujo. Desista!"
"Ninguém... ninguém vai tomar este navio enquanto eu ainda for homem e tiver um fígado para beber rum até cair. E se eu cair, que seja por este rum, e não pelas suas mãos!!!"

Os dois avançam. Posturas perfeitas de ataque.

Espadas a postos,
lentamente fazendo curvas no ar.

Dentes rangendo e olhos atentos, calculando cada movimento.

Elas vão se encontrar quando...




Escuridão.

A tela à sua frente apagou-se - queda de energia no bairro inteiro... E ele nem sequer pôde ler a mensagem de Game Over, ou mesmo finalizar o programa, salvar as alterações nos seus arquivos ainda abertos e encerrar os downloads em progresso.

Mas para não ter um final triste, juntou seu salário por algum tempo, fez economias e então, dois anos depois, comprou um barco a vela. De verdade.

E saiu por aí a caçar tesouros.


"Mamãe, acho que sou um pequeno gênio!"

Dos 6 aos 10 anos de idade, aquele garotinho tímido, gordinho, que ria de tudo já demonstrava algo em especial: uma sutil aproximação com as artes. Sua criatividade lhe incentivava não só a desenhar, pintar e - mais tarde - ter gosto por música, mas também a fazer planos que o destacariam como um hábil estrategista de negócios indo desde a barraquinhas de venda de doces até planejamento de fábricas onde os empregados eram seus bonequinhos de plástico e suas peças de Lego e Playmobil.
E assim, ele começou a desenhar; na escola, em casa, nos cursos, entre os amiguinhos.

"Olha mãe! Olha, dindinha! Fiz uma árvore, duas dunas e uma casa com chaminé!"
"Que bom! Agora vá terminar sua tarefa de matemática."
"Que droga de problema! Não consigo resolver!"

É, parece que os números o acompanharam como seu único karma até a idade adulta.
Mas isso não o desestimulou aos desenhos, pois ele continuava e bradava a todos que aquilo seria o seu futuro. O pequeno garoto, gordinho, tímido e risonho, na mais tenra idade já começava a se tornar um idealista de mãos cheias. Seus desenhos eram sua razão, seu elixir, seu devir e só não eram mais gostosos do que a geléia com leite em pó que ele adorava devorar com biscoitos em frente à tv, de tarde, na hora do lanche.
O idealismo, a timidez, resquícios de gordura corporal, a capacidade de sorrir, a imaginação – e, claro, os problemas com números - cresceram junto com ele. Mas o menino gordinho se foi, dando lugar a um jovem que hoje se pergunta onde foram parar os desenhos que ele fazia na escola; se acaso foram jogados no lixo quando em uma faxina periódica nos arquivos da escola, ou por algum professor que não via valor algum naqueles "desenhos de criança"; ou se foram guardados por alguma professora carinhosa que amava as artes de seus alunos tanto quanto a seus próprios filhos.
Misturando habilidades, ele começou a deixar sua imaginação o levar a lugares que se tornaram efêmeros com o avanço dos anos, que foram implacáveis, mas que sempre ficaram em algum lugar na sua alma de criança. E após todos estes longos poucos anos, hoje ele se questiona todos os dias sobre seu próprio idealismo - agora escrito por notas em uma pauta musical.

E se você me perguntar onde está este garotinho hoje, com certeza lhe direi: ele está logo aqui... em mim, em você, em todos.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O propósito de Shiva

A única coisa que conseguiu soar mais pesada naquela noite além do estrondo da porta se fechando foi o eco quase inaudível da frase “Eu quero terminar”. Como na silenciosa maneira dela se sentar ao sofá, jamais cruzar as pernas e olhar pra baixo, de ombros caídos e olhos ferozmente indecisos. Como em todos os outros dias, onde ela falava tudo pelo silêncio.

-Até que ponto você vai com um homem?

-Não entendi a sua pergunta...

-Não seja sonsa... Você não é mais criança – ou ao menos eu acredito que não seja mais.

-Estúpido.

-Até que ponto você vai com um homem? Heim? Me diga! Até o ponto em que você perceber que ele não pôde te dar o que você queria por você achar que ele não te quer mais simplesmente por ele não poder te ver todas as noites, ah sim, porque ele é responsável e tem obrigações e tem que ir pra casa estudar e dormir, pra trabalhar no outro dia? Ou por você ver que, realmente, é você quem não reconhece as mínimas coisas que ele faz pra te agradar, pra fazer você se lembrar dele com carinho nos mínimos gestos?

- Não é nada disso...

- Então O QUE É? Me diz, AGORA! Vai! Que “ciclo” maldito é esse?

- Não tem ciclo, querido...

- Como não tem? Um dia você me quer, outro dia faz tudo parecer não ter existido...

E ainda sou seu “querido”? Você não prefere aquele seu “anjo salvador”, que veio pra te salvar das minhas garras maléficas?

- Que garras?

- DO MEU AMOR, PORRA! – ele gritou, como jamais havia gritado antes em sua vida.

- Pára com isso...

- Não, não vou parar, porque isso te convém... Você quer continuar a viver na sua prerrogativa adolescente de “curtir” e não percebe o que você faz com as pessoas? No começo, ah como era! No começo você queria me ver todo dia, era um tal de “te quero, sinto sua falta”... Agora, o que eu sou? Que merda eu sou pra você?

- Você é muito importante na minha vida!

Apreciar aquela última frase foi como um vinho para ele: suave, porém frio. Foi suave como a ausência de uma porta sendo fechada violentamente por ele, que saía daquele apartamento para nunca mais voltar.

Mas ele sabia que – e quem – iria voltar. “Construir, destruir, renovar... tudo é como um ciclo natural, e alguém sempre vai ter de perder. Mas vencedores não necessariamente ganham” – pensava ele.



A única coisa que conseguiu soar mais pesada naquela noite – além do estrondo da porta se fechando e da fatídica frase – foi o silêncio da felicidade dele. Um palhaço que, assim como todos os palhaços, não importa o quão sua vida esteja confusa, sempre termina o espetáculo rindo de si mesmo.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Velocidade é antônimo de personalidade

E aqueles dois velhos amigos, distantes pela própria velocidade que os dias de hoje impõem, se encontram na rua em um dia tão veloz como outro qualquer:

-E aí rapaz! Como vai essa força?

-Tudo jóia...! Só essa correria, né? Como é que pode, heim, cara?

-Pois não é... Nossa, que coisa, te encontrar justo agora que meu ônibus tá chegando!

-Qual? Aquele ali?

-Eita! Se correr um pouco, ainda pego ele no sinal fechado.

-E eu! Tenho que correr, senão vou pagar 2 reais a mais no estacionamento.

-Pois foi bom te encontrar, cara! Me manda um e-mail que a gente bota o papo em dia, ok?

-Valeu! Um abraço! Tudo de bom!

-Pra você também! Tchau!

Mas suas palavras ecoaram tão velozes que não podiam seguir seus próprios rastros; um, correndo na direção do estacionamento, a vinte metros de distância; outro, atrás do ônibus que agora arrancava à toda velocidade por causa do motorista que, silenciosamente observando a cena pelo espelho retrovisor - a vinte metros de distância - decidiu, ou por sacanagem ou por pleno protesto, acelerar e fazer com que o apressadinho perdesse o ônibus.

Pois tudo que os dois queriam, naquele breve encontro,
era saber o nome um do outro.

E um computador, para confirmar esta informação no perfil do Orkut.

Dilema não-fundamentalmente sônico

Será que as melhores idéias...

(e não importa se você seja branco, negro,
católico, budista, protestante, ortodoxo,
consumidor ou comunista)

...surgem somente ao piano?

Como se renova um contrato consigo mesmo?

Era uma quarta feira de um dia cinza, com chuva tímida e intermitente.
Pois foi quando, novamente, em suas poucas recentes investidas ao mundo exterior, ele se sentiu anulado de qualquer traço de personalidade própria.

Como poderia ele, que sempre tratou todos tão bem, que sempre foi simpático, educado, questionador, paciente, poderia se sentir tão só, tão invisível?

Se se faz um contrato consigo mesmo, de ser "o melhor possível", como é possível renová-lo?
Seria tal contrato realmente necessário?

Porque ele ouviu naquela música algo como: "Though I cannot change the world we're living in, I can always change myself" - e essa foi só mais uma das muitas canções que o perseguem, que o condenam, mas que legitimam e permeiam sua vida.

Ele é guiado por boas canções. Quer compor, quer falar as pessoas através das suas próprias.
Mas ele também quer mudar. Pois, como naquela mesma canção que há dias o persegue, ele não pode mudar o mundo, mas pode mudar a si mesmo.

Já é final da tarde desta quarta-feira de cinzas - assim é possível chamar - e ele sente necessidades. Necessidades de ser visto, de seu telefone tocar, de algo ou alguém para tirar-lhe do sedentarismo que o ocupa quando não está somente trabalhando. Seus olhos estão caindo, sua juventude mantém-se no espírito, na vontade de vencer, sobrepujando todo tipo de mal humor externo ou condições que o estressem.

Ele quer correr. Ele quer voar e gritar, e cantar, e tocar.

Mas como poderia ele ser visto, se não se deixa o ser?
Ele quer sair da burocraria microfísica que o atormenta os dias, as noites, os beijos, as faltas de gente, de dinheiro, de tudo.

Ele quer gritar, e explode por dentro - não sabendo dizer se de raiva ou de amor.
Mas ele somente grita. Somente. E em silêncio.
Para voltar a sentir o sol lhe queimar a pele
e devolver a textura pulsante dos dias quentes.

Isto é vida querendo viver.

terça-feira, 22 de abril de 2008

"Quero ser pai!"

E como o primeiro programa de uma manhã (ainda) não chuvosa, ele teve de passear com sua mãe e sua prima, mãe de um lindo garotinho de seus recém completos 4 meses de vida.
Pois naquele dia, toda a natureza parecia conspirar para aflorar seu instinto paterno, que ele sabia já ter por adorar crianças desde sempre.
Passeio vai, passeio vem, ruas, lojas, agarra o menino, leva no colo, Meu deus, como baba!, e ele já estava gostando da brincadeira. O pequeno bebê o olhava com grandes olhos de curiosidade, afeição, quase que dizendo Você é louco, como pode nesta idade já querer um como eu?

Conversa vai, conversa vem, e ele fica sabendo de uma oportunidade. Uma assustadora, porém encantadoramente conspiratória (para aquele dia) oportunidade: Meu filho, fiquei sabendo que ela tem problemas e que o médico disse que a solução é ter filhos agora ou esterelizar.
Surpreso consigo mesmo - e já aceitando a teoria da conspiração para aquele dia paternal -, ele se enche de um tipo de emoção nova, um tipo de emoção de fazer algo grandioso... Um filho.

"Quero ser pai!", ele diz sério para a mãe. Ela parece concordar, pois ele se "voluntariou" a ajudar no problema da garota que também quer muito ser mãe. Assim, faria três grandes coisas:
salvaria a saúde dela, saciaria seu desejo de ser mãe e... sua vontade de ser pai!

Ele pensa sério durante a viagem no carro, voltando para casa, num dia (ainda) não chuvoso.
É tomado por uma emoção nova, algo grandioso poderia estar por vir?
Seus instintos se afloram, enquanto ele pensa em como ainda aprendia a carregar e a brincar com o filhinho de sua prima, naquele mesmo dia.

Pois que ele vai ao trabalho e não demora atende uma cliente que lhe pede um livro sobre "como explicar a reprodução humana e a sexualidade para minha filha de cinco anos"...
Realmente, só podia ser brincadeira.
Mas ele sabia: a teoria da conspiração paterna estava declarada e em atividade.

"Quero ser pai!", ele comenta com seu colega.

"Gosto dos nomes Nadia, Letícia... Letícia significa alegria, e Nadia, espírito de luz."

"É, eu gostaria de ter uma menina, e de chamá-la Mariana... tenho uma sobrinha com esse nome."

E ele pensou e, ainda hoje, pensa.
Será possível mesmo?
E se ela aceitar de verdade?
Como será criar uma criança? Quer dizer, os dois têm seus empregos, poderiam fazer um esforço e sustentar um bebê sem problemas. Ele teria todo o carinho e o cuidado dos pais, dos avós que amam este casal de amigos. Sim, amigos - por enquanto (se é que realmente pretendem casar), mas que compartilham este divino desejo.

A conspiração só parou à noite, bem tarde, quando ele já voltava pra casa e o taxista interpelou:
"Ter filhos não é pra qualquer um não!"

Só podia ser brincadeira...!

Mas ele ainda pensa...
E sonha...

Letícia ou Nadia?

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Decisão...

Vá embora!

O coração é seu
Suma de mim com tuas confusões,
Indecisões,
Seduções...!

Não quero mais ser compreensivo,
Pois já o fui por demais
Não quero teus beijos com gosto de tesão
Pois me acenderam de paixão chamas agora mortas.
Não quero mais teus sonhos pueris
Pois já não são maduros para minhas ambições
Não quero mais teus abraços macios
Pois são de pura carência que não se resolve só comigo
O coração é seu
Não sou sístole nem hormônios
Ou qualquer química despojada de mágica
Para te entorpecer.

Cansei.


quarta-feira, 9 de abril de 2008

Sensível

Descobri em mim, exercitei e agora tomo vantagem,
a incrível habilidade
da paciência e da serenidade.

Porém, nas dependências mais ocultas deste templo,
há uma tempestade contida - um núcleo de força
sentimental - prestes a colidir com o escudo do mundo exterior.

E quando ele colide,
meu corpo físico desmorona.

E minha serenidade vira angústia e arrependimento.

Credo, somos mesmo estranhos!

terça-feira, 8 de abril de 2008

Dentro da chuva

Amanhece. Céu fechado. "Dia bom", gosto de pensar quando é assim!
Calço meus sapatos caros - nem tanto - e saio para o mundo, minha casa. As lágrimas do firmamento começam a cair, pelas grandes pupilas da Criação.

Eu gosto da chuva. Gosto mesmo. Me envolve, fascina, gosto de sentir a pulsação e o ritmo das gotas caindo no chão; o som que lembra um rio corrente, os efeitos da luz sobre as partículas... o sol desfazendo a névoa de antes da garoa e, logo após, se recolhendo tímido por trás das nuvens que tomam a dianteira, que agora são protagonistas do dia.

Em passos curtos me mantenho presente em cada porção e poça também, em todo som da marginalidade da água nas calçadas, nas paredes, que passam como intrometidas por quem quer ir a algum lugar, seja de carro ou ônibus, ou a pé, sendo os pedestres os mais sofridos...

Todos, menos eu!

Se as ruas se afastam e levam as pessoas,
eu me aproximo e as águas que aos outros espantam, agora me abastam. E me abraçam.
Filho do mar, sou quase ribeirinho... numa cidade de pedra,
das águas, eterno amante!

Pois sei que lá, na nascente grande e distante, há algo ou alguém
além da cortina branca das nuvens, no frio que separa o dia;
há algo ou alguém banhando a própria vida e gritando:

"-Tira teus sapatos caros. Aproveita o dia!"

domingo, 6 de abril de 2008

Sair

Realmente, existe;

Dentro de todos nós, a vontade de ganhar o mundo....
Sair de casa, nem que seja pra um passeio bobo - mas nenhum passeio é bobo, pois quem tem sensibilidade desperta coisas boas ao ver a paisagem onde se anda - ou pegar uma mochila e viajar sem nem dizer 'tchau'...

Ver cenários novos, gente nova, novo ar, água, terra e fogo.

Mas, por enquanto, estou sentando à frente do meu confortável computador, escrevendo isso,
são 21:34h de um domingo frio e eu tô ouvindo o Morrissey cantar:

Take me out tonight
To where there's music
And there's people who are young and alive.


As chaves do carro estão na sala.
O carro, lá embaixo, na garagem.
As pessoas, lá fora.
Eu, aqui.
Querendo estar lá.


A gente nunca sabe o que quer mesmo!!!
=)

sábado, 5 de abril de 2008

Dançando com um estranho

Não pertenço a ninguém,

Mas sou homem de vários amores:

Amor pelo céu, pelo mar, pela música eterna,

E por mulheres das minhas dores.

Gastei muitos anos tentando

Caçar o motivo dos meus medos

Por apenas um momento de certeza

De que escreveria bons enredos

Para esboçar, no papel da vida,

Toda a plenitude do coração;

Que hoje - tão surrado e tão feliz -

Pratica as efemeridades da paixão!


terça-feira, 1 de abril de 2008

Ah, sim... o 1º de abril

É, quase esqueço!

Tão bom mentir nesse dia, né?
Fazer pegadinhas - que, às vezes, pegam MESMO - zoar com os outros...
Essa é a parte divertida!
=)

Mas queria tanto poder mentir pra tanta coisa dentro de mim!

Certo, preciso mesmo parar de ser tão saudosista, nostálgico.

Mas não... me aguento e sigo o conselho do sábio Renato Russo:

"Que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira"


Seguindo sinais de memórias distantes

Sua pressa é o avesso
da minha calma.
Quase sempre não me diz "bom dia"
- ou por esquecimento ou ansiedade
em concluir outro atendimento.

---

"-Códigos de ética,
profissionalismo,
não se envolva, blá blá blá!"

---

Mesmo assim, me permito
e te ocupo a paisagem de ver:
pois, sem saber, tens um sorriso
e nuances que me lembram
um distante bem-querer...

Tento, te noto,
mas nunca me toco

que você não me vê!