E aqueles dois velhos amigos, distantes pela própria velocidade que os dias de hoje impõem, se encontram na rua em um dia tão veloz como outro qualquer:
-E aí rapaz! Como vai essa força?
-Tudo jóia...! Só essa correria, né? Como é que pode, heim, cara?
-Pois não é... Nossa, que coisa, te encontrar justo agora que meu ônibus tá chegando!
-Qual? Aquele ali?
-Eita! Se correr um pouco, ainda pego ele no sinal fechado.
-E eu! Tenho que correr, senão vou pagar 2 reais a mais no estacionamento.
-Pois foi bom te encontrar, cara! Me manda um e-mail que a gente bota o papo em dia, ok?
-Valeu! Um abraço! Tudo de bom!
-Pra você também! Tchau!
Mas suas palavras ecoaram tão velozes que não podiam seguir seus próprios rastros; um, correndo na direção do estacionamento, a vinte metros de distância; outro, atrás do ônibus que agora arrancava à toda velocidade por causa do motorista que, silenciosamente observando a cena pelo espelho retrovisor - a vinte metros de distância - decidiu, ou por sacanagem ou por pleno protesto, acelerar e fazer com que o apressadinho perdesse o ônibus.
Pois tudo que os dois queriam, naquele breve encontro,
era saber o nome um do outro.
E um computador, para confirmar esta informação no perfil do Orkut.
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