KindS of Blue...: maio 2008

quinta-feira, 29 de maio de 2008

"Cada fato é a idéia tão avesso,
Que os planos ficam sempre insatisfeitos;
As idéias são nossas,
não os feitos".

(O Ator Rei, em Hamlet - William Shakespeare)


Everything

Find me here,
And speak to me
I want to feel you
I need to hear you
You are the light
That's leading me to the place
Where I find peace.. again

You are the strength
That keeps me walking
You are the hope
That keeps me trusting
You are the life
To my soul
You are my purpose
You're everything

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be any better than this

You calm the storms
And you give me rest
You hold me in your hands
You won't let me fall
You steal my heart
And you take my breath away
Would you take me in
Take me deeper, now

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be any better than this

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be any better than this

Cause you're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
Everything, everything

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be any better than this

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be any better any better than this

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be any better than this
Would you tell me how could it be any better than this

(Lifehouse)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Progressão escritométrica

com o perdão do neologismo


Eu ando em círculos pra te achar
Só você, e você será
De longe, a minha maior criação
neste mundo da minha louca imaginação.


Torpes lembranças de outrora,
da escrita fértil e sem demora.
E colhendo versos vespertinos
Acabei por me abraçar a sonhos e desatinos.


Era o eldorado das palavras de amor!
Dezenas por semana, com muito dispor.
Sem vergonha nem juízo, fiz meu escrever:
de cartas apaixonadas até versos sobre viver.

Depois, com flores e pedras, fiz minha terra
(não aquela mesma praia, por onde o amante erra);
E quando o hábito da pena se fez cessar,
passei a refletir sobre o que era, enfim, amar.


Foi quando a estrela que surgia morreu
nas idéias do horizonte em seu apogeu
Mostrando que te encontrar não era tão fácil


E você,
meu verso,
seria só mais um em meu
cartapácio.


Predileções

São jogos onde o que vale
não é o que se gosta,
mas o que é tido
como possível.



Tente viver sem suas preferências.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Taumaturgo

Não como uma fênix,
mas com o típico peso
da caminhada humana,

ele senta e se reconstrói.

Vontade, peso, significado,
milagre?

Flor-de-lis ou camaleão?

Não.

O camaleão se esconde.
A flor, espírito.
A fênix, inceideia-se para renascer.

Ele, doa calor para sobreviver.

"Narimi, narimi"

Sensação de quem
acaba
de chorar.

Tarde fria e o
desejo de sentir o calor -
anseio a uma-hora de me recolher
ao escritório quentinho.

Lá fora, as luzes que
encerram o fim da
tarde
não se acenderam.
ainda.

Tons de cinza rabiscam o
vai-vem dos carros. Somente
a pressa é amiga fiel.

Não há deserto, como o
do pacificador de Neguev;

Aqui, somente letras e
capas multicores me tomam
a atenção - mais do
que sentido laborial.

Tarde efêmera e
noite fria. Vou dormir
ao som de pianos gregos.

Quero árvores, sombra
e água de aspergir sonhos.

Um pássaro me acordou - narimi! -
e disse em segredo
que a vida é feliz.

O exílio e o reino

"Eu também finjo um sorriso, retribuo um vago aceno,
e me afasto para ficar de frente à ampla janela olhando o mar.
Alguém já escreveu que o exílio é um reino,
e escreveram também que ele é sombra passageira".

(trecho do livro "O Mesmo Mar" - Amós Oz)

De um alpendre ao sol


Nada há no final que não tema o fim.
O alívio à dor que o separa do passado,
dos livros em branco,
dos beijos, do pranto...

À alma recolhe-se a chama feroz
Que por algo espera do outro lado da foz...

Das memórias velhas, sobrevive esta pena;
De cantar emoções, permanece este homem,
E ao vento o tempo estende sua trena.

Enquanto por mares, ainda navega
Em busca da simples escrita;
E por assim, vive andando
No desejo de permanecer eremita.

sábado, 24 de maio de 2008

Poema de amizade

Para aqueles que se vão, dedico minha saudade -
A vida por vezes se abre numa estrada covarde.

Para aqueles que esperam, dedico minha compreensão,
No momento delicado quando não se canta o velho bordão.

Para aqueles que ficam, dedico meu sincero abraço:
Que a amizade se transforme em perene laço.

Para aqueles que estão, dedico minha felicidade,
Pois é no presente que o amor constrói a eternidade!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

"Ouvido absoluto"

Por tê-lo, às vezes
se perde a emoção
de uma surpresa melódica.

Como um bobo que, propositalmente,
presenteia a si mesmo.

Constricção

É também minha prisão
onde me isolo e sou gárgula de pedra
- observo a noite, fazendo prospecção
em suas páginas não escritas.

Tempo perdido (?)

quinta-feira, 22 de maio de 2008

O meu lugar

Aqui é o meu lugar.
Aqui, posso me encolher, me estreitar,
me espichar e espreguiçar,
correr, nadar, pular, fugir,
deitar do jeito que quiser
e contar mesmo todos os fantasmas.

Minha secreta escrivaninha,
feita de códigos e scripts,
impressa em mil cores e frequências.

Sou o cara, o nômade e o trovador,
que aqui escreve coisas inconstantes.

E quem será a mulher em cima das montanhas?

Amor

sm. Destino. Essência.

 (ex.: "Não dialogo porque já gritei demais")

Feriado

Estranhamente, o dia escorrega. A tarde passa triste, mas notável; com seus raios de sol docemente belos, acalentando árvores e todos os poucos seres vivos que pela minha rua passam. Isto porque não há quase ninguém nesta tranquilidade... todos tão cansados, aproveitando o dia para ficar em casa e se distanciar da rua, onde tanto vivem todos os dias, mas num ritmo caótico.

Mal lembram eles que este é, de fato, o melhor dia para se estar na rua.

Estranhamente, tudo parece mais lento. E não é só pela menor quantidade de pessoas, carros, bicicletas, motos, cachorros, loucos, estressados, ônibus-truculentos, topics-estúpidas que o dia se faz assim: é pela própria sensação de que o tempo desacelerou. E isso, para mim, é uma bênção.

domingo, 11 de maio de 2008

"Of whom shall we speak? For every day
they die

Among us, those who where doing us some good,
Who knew it was never enough but
Hoped to improve a little by living"


(W.H. Auden)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Estilhaços boreais

Os gritos do pai atravessavam seu corpo como estilhaços de diamante: com poder de machucar, mas irrevogavelmente autênticos. Não ecoavam pelas paredes eufóricos ou com alegria - bem diferentes daqueles dos garotos jogando futebol na quadra de um colégio ali perto - mas causavam uma ressonância de um trítono em uma forte sinfonia.

Os da mãe, ecoavam com uma fraqueza e sem volume, médio-agudos, sem a força que os anos de um tédio testemunhado lhe tomaram. Um duo triste de violino e contrabaixo, sem platéia, sem euforia... só uma verborragia que ele tomava conhecimento na calada das conversas, no desabafo individual e errante.

Não quer acreditar que vive aquilo tudo novamente. Desceu cedo ao sótão antes do furacão imprevisto, mas retornou ingenuamente na hora de ser engolido pelo olho da tempestade.

Sentado à escada, agora já adulto, ele lembra que já conhecia aquela sensação há anos. Fora reconfortado sempre por uma segunda mãe, que agora repousava em campos celestiais, ocasionando-lhe uma sazonal saudade que ele não podia aguentar. E gritava pelo colo dela no meio da noite, apavorado, incrédulo, querendo seu carinho sem medida voltasse naquele momento, o momento em que aquela "gladiação" acabaria de uma vez.

Dois guerreiros ensanguentados, na arena do convívio, lutando por duas vidas medíocres.

Dois espelhos pressionados um contra o outro, até o ponto de quase rachar.

E ele como único espectador, já que sua segunda mãe agora assiste tudo do céu, sem fazê-lo sentir uma intervenção.

Será verdade essa história de "na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da minha vida?"

Ele não sabe mais de nada. Não quer verdades, mentiras ou promessas.
Ele só quer correr, correr para longe dos estilhaços de diamante ao final de uma tarde que deveria ser para seu descanso feliz, e esperar somente o abraço onipresente das estrelas e de sua segunda mãe, que agora vive em algum lugar com elas.


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Teoremas

O caminho de volta para casa parece sempre mais rápido.
O ônibus avança em meio à pista ainda molhada da chuva e enxurrada de carros. Meio-dia.

Num livro, meu cartão de controle das sessões na clínica. Faltam quatro. Por quê não conclui?, me pergunto, Besteira, já melhorei, enquanto penso em outras incompletudes.

Das coisas interrompidas, tiro só a saudade.
Serei incompetente se voltar a tê-las.
Ouço a música, tenho a lembrança - nunca mais tente voltar atrás.

É, incompleto. De todo incompleto se faz o futuro,
se faz a semente daquilo que se cogitou plantar;
daquilo tudo, do inesgotável senso de capacidade.

Da saudade, faço meus versos.
Da incompletude, os deixo quase sempre obnubilados.


Todo caminho de volta é um caminho mais rápido.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Aqua's Deliverance


The words and the play, with the oceans fade away

Awareness in the blind, ‘cause we’re out of mind

Forever I’ll be your ghost, your seeker

An eternal dead love’s seeder



quinta-feira, 1 de maio de 2008

Queria

Se é assim que você quer,
que assim não seja.

pelo menos, aqui, comigo.
então, de qualquer modo,
pensarei que estava certo.

adiantou?