Os da mãe, ecoavam com uma fraqueza e sem volume, médio-agudos, sem a força que os anos de um tédio testemunhado lhe tomaram. Um duo triste de violino e contrabaixo, sem platéia, sem euforia... só uma verborragia que ele tomava conhecimento na calada das conversas, no desabafo individual e errante.
Não quer acreditar que vive aquilo tudo novamente. Desceu cedo ao sótão antes do furacão imprevisto, mas retornou ingenuamente na hora de ser engolido pelo olho da tempestade.
Sentado à escada, agora já adulto, ele lembra que já conhecia aquela sensação há anos. Fora reconfortado sempre por uma segunda mãe, que agora repousava em campos celestiais, ocasionando-lhe uma sazonal saudade que ele não podia aguentar. E gritava pelo colo dela no meio da noite, apavorado, incrédulo, querendo seu carinho sem medida voltasse naquele momento, o momento em que aquela "gladiação" acabaria de uma vez.
Dois guerreiros ensanguentados, na arena do convívio, lutando por duas vidas medíocres.
Dois espelhos pressionados um contra o outro, até o ponto de quase rachar.
E ele como único espectador, já que sua segunda mãe agora assiste tudo do céu, sem fazê-lo sentir uma intervenção.
Será verdade essa história de "na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da minha vida?"
Ele não sabe mais de nada. Não quer verdades, mentiras ou promessas.
Ele só quer correr, correr para longe dos estilhaços de diamante ao final de uma tarde que deveria ser para seu descanso feliz, e esperar somente o abraço onipresente das estrelas e de sua segunda mãe, que agora vive em algum lugar com elas.
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