Definitivamente, aquele não era dos melhores fins de semana. O garoto não se recordava bem mas, quando me contou este fato, lembra que estava na casa de praia com seus pais. Alguma chateação ocorreu de tal modo que o fez perder a graça do feriado.
Subiu à cidade com a mãe para comprar mantimentos. A tristeza o abateu de tal modo que o garoto até mesmo esqueceu de lanchar - e olha que os lanches na praia eram bem mais generosos do que sua "dieta" na cidade!
E na hora que a fome chegou, veio como pétalas na água: desmanchando sem piedade todas as cores, mas colorindo um rio que antes era sem graça.
Quando sua mãe checou o dinheiro na bolsa e o convidou ao lanche, o garoto foi e se sentou ao seu lado. Um senhor fritava pastéis na barraca, cantando. Uma música triste, mas bela, simples e honesta. Falava sim de amor e coisas boas, mas num tom menor e melancólico, como uma distante saudade.
E hoje o garoto recordou, do momento triste e do presente ao fim do dia: coroado com o senhor, seus pastéis e sua música, com o abraço gostoso de sua mãe e um entardecer de eliminar (e iluminar) qualquer ausência de qualquer coisa.
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