Eu e meus dentes, no passo de um jaguar
encaram o ocaso sem o peito abrandar.
Pois nele vem a presa - o futuro - e suas armas
sem piedade, nem vínculos ou amarras.
E apesar da selvageria natural,
que se espera de um felino e suas patas
nos rendemos com paciência total.
O amanhã é a fera
que vem sem piedade
seus olhos verdes não são de esperança
e nem escondem a verdade:
só espera sentado a ver a luta,
sorri para a vitória e para o luto
enquanto me acabo em diária labuta.
Entendo e espero.
Contente, me esmero:
medindo a vida sem exatidão,
fitando o horizonte armado
sem ódio ou passado
com luz no coração.
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