Esconde. Esconde de mim, menininha...
esconde bem debaixo da tua calcinha
- de tecido perfumada, em estrelas coloridas -
teu desejo aprisionado e fantasias reprimidas.
Esconde, esconde pra mim, minha linda,
toda essa hipocrisia que colocam na berlinda;
mas o prêmio é só teu, nem eu posso te dar
o prazer que, entre suas pernas, sozinha vais achar.
Hoje és mulher, ontem foste debutante -
vês como a doce infância passa num instante?
Agora, teu mundo é em direção ao outro,
teu futuro companheiro, a tocar-lhe o íntimo tesouro.
Mas antes disso, vais ter de descobrir,
tudo o que te faz doer e o que teu corpo quer pedir;
toque, cheire e prove sem medo o aljôfar da vida
para que assim, no momento a dois, saibas ser conduzida.
E ainda antes na tua solidão, livre da sociedade
é que vais saciar tua curiosa vontade:
inocentes e nervosas, tuas mãos no úmido vale
para que, contemplativo, de gemidos teu corpo fale.
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