Pintura de Giuseppe Dangelico |
Aqui eu, na penumbra da minha companheira Noite, caçando fragmentos de luz que me deem o poder de escrever. Abro gavetas, subo em armários, quase até o teto em busca de minhas próprias máquinas de escrever: a luz que é a própria transcendência - reveladora, salvadora - se intromete na carinhosa escuridão que me abraça sem julgamentos.
E vem outra vez, com força e sem aviso
o velho desejo de nos despirmos por completo,
até mesmo dos trapos que mal cobrem uma
verdadeira essência - falha(mente) humana.
Nudez moral, sem máscaras ou papéis.
Tantas coisas, tantos padrões, eu's, adjetivos, vestes morais e amorais, leis, perfis (reais e virtuais), escudos, armaduras e ardis... Ainda bem que nos resta a solidão para, ao menos por um instante (ou numa noite quente de novembro), sermos.
Simplesmente, sermos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário